Esta semana será realizada em Doha, no Catar, a COP 18. O evento discute a continuidade do protocolo de Kyoto que expira ao final de 2012 e tem como objetivo estabelecer novas metas de redução de carbono até o ano de 2020. Apesar da importância da conferência existe uma certa desconfiança quanto ao sucesso da reunião. O fracasso da RIO+20 realizada esse ano no Brasil aponta para um possível fracasso em Doha também. Países querem estabelecer metas particulares e cumpri-las de acordo com o seu ritmo econômico. No entanto, muitos reconhecem que sem um esforço conjunto será impossível atingir as metas de redução na emissão de carbono.
Se fizermos uma análise dos últimos 40 anos, desde que as reuniões sobre as mudanças climáticas começaram a tomar forma, veremos que poucas metas do protocolo de Kyoto foram atingidas. Além de algumas substâncias que foram banidas, outras que chegaram a ser banidas e depois voltaram a ser utilizadas, pouca coisa mudou no cenário do aquecimento global. Pelo contrário, estamos muito longe de atingir as metas do protocolo. No ano que deveríamos ter baixado em 5,6% as emissões de carbono em relação a 1990, aumentamos a emissão em 2 gigatons/CO2 em relação a 2011. E segundo o PNUMA é mais provável que estejamos em 2020 com um déficit de 8 a 13 gigatons/CO2. Ou seja, seguindo o ritmo que seguimos, em 2020 estaremos emitindo uma China a mais do que deveríamos se quiséssemos estabilizar o aumento da temperatura global. Se todos os países cumprirem o que agora prometem, ficaremos apenas 60% acima da meta. O que seria insuficiente para estabilizar o aumento da temperatura global em até 2˚C até o final do século.
A COP 18 se torna um evento de extrema importância para a questão climática global. Se com as metas do protocolo de Kyoto já estamos caminhando para um futuro apocalíptico, sem a existência de um acordo climático ficará mais difícil que resoluções sejam tomadas. As novas gerações esperam ansiosas pelo resultado da conferência, é o futuro delas que está em jogo.
Outras informações: http://www.unep.org/newscentre/Default.aspx?DocumentID=2698&ArticleID=9335&l=en
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