A Agroecologia consiste em uma proposta alternativa de agricultura familiar que agrega saberes populares e tradicionais aos conhecimentos científicos das ciências naturais e sociais.
Possui em sua essência a integração de todos os saberes e ciências em busca de um conhecimento profundo e integrado sobre os diversos ecossistemas da natureza. O objetivo da agricultura ecológica é respeitar ao máximo a sustentabilidade dos ciclos naturais em integração com a agricultura produtiva, produzindo alimentos variados que enriqueçam o solo sem o auxílio de insumos químicos (agrotóxicos).
A agroecologia condena a alta mecanização do campo, assim como a concentração de terras produtivas, a exploração e exposição do trabalhador rural aos remédios e agrotoxinas. Acredita que a valorização do campônes é fundamental para a fixação do homem no campo e para manutenção de um meio de vida sustentável.

”As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de resistência da agricultura familiar perante o processo de exclusão no meio rural e de homogeneização das paisagens de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena propriedade, na força de trabalho familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e ligados a redes regionais de produção e distribuição de alimentos.”
Suas principais técnicas de cultivo são a compostagem orgânica, a adubação verde e o uso de caldas naturais na defesa agrícola. Os sistemas rotacionais são fundamentais para regeneração do ciclo produtivo da terra e para o crescimento de plantas sadias e resistentes a pragas e doenças.
Uma lista divulgada recentemente pela Anvisa revelou a presença de agrotóxicos não permitidos em todas as culturas analisadas nos mercados do Rio de Janeiro. Ingredientes ativos banidos em diversas partes do mundo, como acefato, metamidofós e endossulfam, foram encontrados de forma irregular nas culturas de abacaxi, alface, arroz, batata, cebola, cenoura, laranja, mamão, morango, pimentão, repolho, tomate e uva.
Muitos casos de doença tem surgido agregado ao consumo ou a produção de alimentos com agrotóxicos. A agroecologia, por não utilizar esses insumos, fortalece o sistema imunológico e consequentemente a saúde da terra.
Por ser tradicionalmente realizada em pequena escala, é difundida entre os agricultores familiares, que praticam a agroecologia diariamente, muitas vezes sem sequer saber que a praticam.
Nesse contexto, a agroecologia surge como uma ferramenta real de agricultura sustentável em contrapeso ao sistema agroindustrial implantado atualmente. Sistema que vem desmatando e extinguindo florestas e biomas e acelerando desmesuradamente o processo de aquecimento global.
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